Teste de Arrancamento
A lista de fatores que interferem no desempenho dos revestimentos de argamassa de fachadas é enorme e inclui desde as características da base e os materiais empregados até as condições ambientais e os métodos de aplicação utilizados. A aderência da argamassa ao substrato também varia de acordo com estes fatores. É muito comum a ocorrência de patologias como descolamentos, eflorescências, trincas e fissuras, justificando a importância dos testes.
Tal avaliação é realizada por meio do ensaio de aderência prescrito na NBR 13.528:2010 que visa auxiliar na definição do tipo de preparo da base, bem como da argamassa que melhor funciona sob condições específicas existentes, especialmente do substrato.
O ensaio de resistência de aderência à tração é importante para verificar a interação entre as camadas constituintes do revestimento (base, camada de ligação, revestimento), determinando o valor da tensão de aderência máxima que o revestimento suporta, assim como qual a interface do revestimento que apresenta menor resistência às tensões atuantes no revestimento.
O recomendável é que as amostras sejam retiradas da fachada, área mais exposta a intempéries, utilizando um ou mais tipos de argamassas pré-selecionadas, industrializadas ou produzidas no canteiro.
O processo pode ser demorado e, por isso mesmo, precisa ser planejado. O ensaio deve ser realizado no revestimento com idade de 28 dias, no caso de argamassas mistas ou de cimento e areia, e de 56 dias para argamassas de cal e areia, contados após a aplicação da argamassa sobre o substrato. A norma permite a realização do ensaio em outra idade, caso seja do interesse do construtor, mas, nesses casos, a idade deverá ser registrada em relatório.
Em compensação, os resultados podem ser imediatos. Mesmo que os laudos levem dois ou três dias para serem liberados, a preparação dos corpos de prova permite obter algumas informações preliminares, ainda no canteiro.
Passo a passo
1.Furo
Com uma furadeira acoplada a uma broca tipo serra-copo de 50 mm de diâmetro, são feitos os furos para retirada do corpo de prova. Ao todo são feitos furos para a retirada de 12 corpos de prova distribuídos de forma aleatória, contemplando juntas e blocos.
2.Pastilhas
Após limpeza da superfície, sobre cada furo é colada uma pastilha circular com resina epóxi, poliéster ou similar. A pastilha deve dispor de acoplamento para equipamento de tração.
3.Arrancamento
O passo seguinte é a introdução do aparelho de arrancamento, citado pela norma como equipamento de tração, podendo ser mecânico, onde plaquinhas de determinados pesos são encaixadas até a ocorrência do rompimento ou hidráulico. As pastilhas são, então, arrancadas.
4.Amostras
Por fim, as amostras são analisadas. É calculada a resistência de aderência à tração de cada corpo de prova em MPa e analisada a forma de ruptura de cada um deles.